Luanda, capital de Angola, sediou nesta semana a terceira e última etapa de formação do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria (PRN-SBP).
O projeto, que integra o Programa de Formação em Saúde Brasil-Angola, é resultado da parceria entre os Ministérios da Saúde dos dois países, com coordenação da SBP e apoio da Sociedade Angolana de Pediatria. O objetivo é qualificar profissionais para salvar vidas de recém-nascidos, promovendo troca de saberes, fortalecimento técnico e expansão das práticas de cooperação internacional em saúde.
Durante o evento de encerramento, realizado na sexta-feira, 03 de outubro, o diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES) da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/MS), Fabiano Ribeiro, parabenizou os profissionais e instituições envolvidas, destacando o papel essencial da colaboração Brasil-Angola para a melhoria do cuidado materno-infantil no país.
Com apoio do Presidente Lula, a parceria deve se intensificar ainda mais em 2026, quando 32 instituições brasileiras estarão oferecendo cerca de 785 vagas em diversas modalidades de formação, incluindo mestrado, doutorado, fellowships e educação a distância (EAD). O Ministério da Saúde brasileiro reforça o compromisso de apoiar ações interministeriais, educação permanente e a criação de centros regionais, sempre valorizando a realidade angolana.
Essa iniciativa representa um importante avanço na cooperação internacional em saúde, contribuindo para a formação contínua e a melhoria dos indicadores de saúde materno-infantil em Angola.
Nos dias 18 e 25 de junho de 2025, médicos e médicas de Angola que integram o Programa de Formação em Saúde Brasil-Angola participaram de uma atividade formativa sobre hanseníase promovida pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). A atualização foi conduzida pelo professor Dr. Marco Andrey Cipriani Frade, referência nacional no tema e presidente da Associação Brasileira de Hansenologia. Durante os encontros, foram abordados tópicos essenciais, como diagnóstico clínico, identificação de reações hansênicas e estratégias de manejo da doença, proporcionando aos participantes uma visão aprofundada e atualizada sobre o combate à hanseníase. O evento também favoreceu a integração entre os profissionais angolanos e os residentes de medicina de família e comunidade da USP-RP. Essa troca de experiências foi mediada pelo professor João Mazzoncini de Azevedo Marques, do Departamento de Medicina Social da FMRP-USP, e pela médica e doutoranda Cely Carolyne Pontes Morcerf. Entusiasmados com a oportunidade de atualização, os médicos e médicas de Angola destacaram o desejo de transformar a realidade do enfrentamento à hanseníase em seu país. Eles apontaram como principal desafio a necessidade de fortalecer o diálogo com a gestão da atenção primária à saúde em Angola, buscando avanços efetivos no combate à doença.
A Universidade Estadual de Londrina (UEL) realizou, recentemente, uma formação interprofissional sobre cuidado integral nos ciclos de vida na rede de atenção em saúde, reunindo estudantes e profissionais de diferentes áreas. O destaque da iniciativa foi a participação de profissionais de Angola, que vieram ao Brasil por meio do Programa de Formação em Saúde Brasil - Angola. A professora Ester Okamoto, ponto focal do programa na UEL, coordenou a participação internacional e ressaltou a importância do intercâmbio para o fortalecimento das práticas colaborativas no Sistema Único de Saúde (SUS) e no sistema angolano. Segundo Ester, a presença dos profissionais estrangeiros ampliou o debate sobre estratégias integradas de cuidado e contribuiu para a troca de experiências entre os países. Os profissionais angolanos atuaram ativamente das discussões e atividades práticas, trazendo perspectivas sobre os desafios e avanços no cuidado integral em saúde em Angola. A formação, promovida pelo Centro de Ciências da Saúde da UEL, reforçou o compromisso da universidade com a qualificação profissional e a cooperação internacional, estimulando a construção de redes de conhecimento e o aprimoramento do atendimento à população.
Dezoito médicos angolanos encontram-se em Belo Horizonte para um estágio de três meses em centros de saúde sob gestão da secretaria de saúde da capital, como parte do Programa de Formação em Saúde Brasil-Angola. A iniciativa resulta de uma parceria entre os ministérios da Saúde do Brasil e de Angola, coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (ABC/MRE) e busca promover o desenvolvimento profissional dos participantes, além de estimular a troca de experiências e práticas assistenciais entre os sistemas de saúde dos dois países. Durante o estágio, os profissionais angolanos acompanham de perto o cotidiano das Equipes de Saúde da Família (ESF), participando dos fluxos de atendimento e das rotinas das unidades, com carga horária integral de segunda a sexta-feira. A experiência tem proporcionado aprendizados significativos para os médicos, que destacam a organização e a estrutura do SUS, especialmente o trabalho em equipe interprofissional e o uso de sistemas informatizados para acompanhamento dos pacientes. Para muitos dos profissionais angolanos, a vivência em Belo Horizonte representa uma inspiração para aprimorar o atendimento comunitário em Angola, onde a especialidade de medicina de família ainda está em fase inicial de implementação. Além de Belo Horizonte, o estágio na Atenção Primária brasileira para médicos e médicas de Angola contempla estágios em instituições como a USP-SP e de Ribeirão Preto e a Unicamp, reforçando o compromisso com a formação qualificada e a cooperação internacional na saúde pública nacional. A diretora de Educação em Saúde de Belo Horizonte, Tatiane Caetano, destacou que a chegada dos médicos angolanos marca um momento importante para a cooperação internacional e a qualificação dos profissionais de saúde. Segundo ela, a iniciativa reforça o compromisso da capital mineira com a troca de conhecimentos e o fortalecimento da atenção primária, proporcionando uma experiência enriquecedora para todos os envolvidos.
Com a participação de mais de 150 alunos e preceptores, a aula inaugural do Programa Brasil-Angola marcou o início das atividades formativas para os profissionais angolanos de 2025. Foram ofertadas 82 vagas em 17 hospitais da Rede Ebserh. Durante o evento, experiências foram compartilhadas, destacando os impactos positivos da cooperação entre os países na qualificação em saúde.